Análise Exploratória Espacial do Setor Industrial no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.59072/rper.vi59.100Palavras-chave:
Indústria, Fatores, Padrão Espacial, Municípios Brasileiros, Desenvolvimento RegionalResumo
Este artigo tem como objetivo estudar o desenvolvimento do padrão espacial e da concentração industrial nos municípios brasileiros. O primeiro passo é criar indicadores sintéticos, que resumem um conjunto de informações sobre a indústria em cada município. Posteriormente, a Análise Exploratória de dados Espaciais - AEDE é realizada para verificar a presença de autocorrelação espacial nas dimensões calculadas. Utilizamos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Ministério da Economia e Atlas de Desenvolvimento Humano para construir 10 variáveis econômicas. Os principais resultados mostram a criação de quatro dimensões associadas a: i) Especialização Industrial; ii) Produtividade do Trabalho na Indústria; iii) Renda e escolaridade; e iv) Aglomerações urbanas. O LISA indica a presença de clusters alto-alto nas regiões Sul e Sudeste, enquanto nas regiões Norte e Nordeste, principalmente, há presença de clusters baixo-baixo. Esse padrão espacial heterogêneo reforça as desigualdades econômicas ao longo dos municípios e regiões.
Referências
Anselin, L. (1995), “Local indicators of spatial association – LISA”, Geographical Analysis, Vol. 27, nº 3, pp. 93-115.
Anselin, L. (1996), “The Moran scatterplot as an ESDA tool to assess local instability in spatial association” in Fischer, M.; Scholten, H.; Unwin, D. (coord.), Spatial Analytical Perspectives on GIS in Environmental and Socio-Economic Sciences, Londres, Taylor and Francis, pp. 111-125.
Arrow, K. (1962), “The economic implications of learning by doing”, Review of Economic Studies, Vol. 29, nº 3, pp. 155-173.
Barros, R. P., Franco, S., Mendonça, R. (2007), “Discriminação e segmentação no mercado de trabalho e desigualdade de renda no Brasil”, Texto para Discussão, nº 1.288, Rio de Janeiro, IPEA.
Betarelli Júnior, A. A., Simões, R. F. (2011), “A dinâmica setorial e os determinantes locacionais das microrregiões paulistas”, Economia Aplicada, Vol. 15, nº 4, pp. 641-670.
Bonini, A. L. S. F. (2017), “Determinantes da aglomeração espacial da atividade industrial no Estado de São Paulo”. Âmbito Jurídico, ano XX, nº 156.
Borghi, R. A. Z. (2017), “The Brazilian productive structure and policy responses in the face of the international economic crisis: An assessment based on input-output analysis”, Structural Change and Economic Dynamics, Vol. 43, pp. 62-75.
Britto, G., Amaral, P. V., Alencar, A. D. (2015), “Produtividade industrial nas microrregiões brasileiras (1996-2011)” in Negri, F., Cavalcante, L. R. (coord.), Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes, Vol. 1 – Desempenho, IPEA, Brasília.
Cano, W. (1981), “Raízes da concentração industrial em São Paulo”, 2. ed., São Paulo, T. A. Queiroz. Chhair, S., Newman, C. (2014), “Clustering, competition and spillover effects: evidence from Caboddia”, Working Paper 2014/065, Helsinki, UNU-WIDER.
Clark, D. (1985), “Pos-industrial America: A geographical perspective”, London, Methuen. Combes, P. P. (2000), “Economic structure and local growth: France, 1984-1993”, Journal of Urban Economics, Vol. 47, nº 3, pp. 329-55.
Diniz, C. C. (2006), “A busca de um projeto de nação: o papel do território e das políticas regional e urbana”, Revista Economia, Vol. 7, nº 4, pp. 1–18.
Diniz, C. C. (1993), “Desenvolvimento poligonal no Brasil: Nem desconcentração nem contínua polarização”, Nova Economia, Vol. 31, nº 1, pp. 35–64.
Diniz, C. C., Crocco, M. A. (1996), “Reestruturação econômica e impacto regional: o novo mapa da indústria brasileira”. Nova Economia, Vol. 6, nº l, pp. 77-103.
Domingues, E. P., Ruiz, R. M. (2006), “Aglomerações industriais e tecnológicas: origem do capital, inovação e localização, Economia e Sociedade, Vol. 15, nº 3, pp. 515-543.
Faria, W. R. (2011), “Determinantes da atividade industrial no Brasil: uma análise de econometria espacial”, in Haddad, E. A., Ramos, P. R., Castro, E. A. (Org.). Modelos Operacionais de Economia Regional. Cascais: Principia Editora, 2011, pp. 441-473.
Faria, W. R. (2017), “Dimensões e padrão espacial do desenvolvimento no Brasil”, Revista Econômica do Nordeste, Vol. 48, nº 1, pp. 97-113.
Feijó, C. A., Carvalho, P. G. M., Almeida, J. S. G. (2005), “Ocorreu uma desindustrialização no Brasil?”, Carta do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, São Paulo.
Felipe, J. (1998), “The role of the manufacturing sector in Southeast Asian development: a test of Kaldor’s first law”, Journal of Post Keynesian Economics, Vol. 20, nº 3, pp. 463–485.
Fingleton, B., Mccombie, J. S. L. (1998), “Increasing returns and economic growth: some evidence for manufacturing from the European Union regions”, Oxford Economic Papers, Vol. 50, nº 1, pp. 89–105.
Gabriel, L. F., Missio F. J. (2018), “Real exchange rate and economic complexity in a North-South Structuralist BoPG Model”, PSL Quarterly Review, Vol. 71, nº 287, pp. 439-465.
Glaeser, E. L., Kallal, H. D., Scheinkman, J. A., Shleifer, A. (1992), “Growth in cities”, Journal of Political Economy, Vol. 100, nº 6, pp. 1126-1152.
Guimarães Neto, L. (1997), “Desigualdades e políticas regionais no Brasil: caminhos e descaminhos”, Planejamento e Políticas Públicas, Vol. 15, pp. 41–99.
Haddad, E. A. (1999), “Regional inequality and structural changes: lessons from the Brazilian experience”, Aldershot, Ashangate.
Haddad, P. R. (1989), “Economia regional, teorias e métodos de análise”, Fortaleza, BNB/ ETENE. Jacobs, J. (1969), “The economies of cities”, New York, Vintage.
Johnson, R. A., Wichern, D. W. (2007), “Applied multivariate statistical analysis”, 6 ed., Englewood Clifs, Prentice-Hall.
Kaldor, N. (1966), “Causes of the slow rate of economic growth in the United Kingdom: an inaugural lecture”, Cambridge, Cambridge University Press.
Kaldor, N. (2013), “The case for regional policies”, Scottish Journal of Political Economy, Vol. 60, nº 5, pp. 481-491.
Lemos, M. B., Moro, S., Crocco, M., Biazi, E. (2003), “A dinâmica urbana das regiões metropolitanas brasileiras”, Revista Economia Aplicada, Vol. 7, n º 1, pp. 213-244.
León-Ledesma, M. A. (2000), “Economic growth and Verdoorn’s law in the Spanish regions, 1962–91”, International Review of Applied Economics, Vol. 14, nº 1, pp. 55–69.
Lima, A. C. C., Lima, J. P. R. (2010), “Programas de desenvolvimento local na região Nordeste do Brasil: uma avaliação preliminar da “Guerra Fiscal”, Economia e Sociedade, Vol. 19, nº 3, pp. 557–588.
Marshall, A. (1890), “Principles of economics”, London, Macmillan.
Mccombie, J. L, Ridder, J. R. (1983), “Increasing returns, productivity, and output growth: the case of the United States”, Journal of Post Keynesian Economic, Vol. 5, nº 3, pp. 373-387.
Messa, A. (2015), “Metodologias de cálculo da produtividade total dos fatores e da produtividade da mão de obra” in Negri, F., Cavalcante, L. R. (coord.), Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes – Vol. 1 – Desempenho, IPEA, Brasília.
Miguez, T., Moraes, T. (2015), “Produtividade do trabalho e mudança estrutural: uma comparação internacional com base no World Input-Output Database (WIOD) 1995-2009” in Negri, F., Cavalcante, R. (coord.), Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes – Vol. 1 – Desempenho, IPEA, Brasília.
Mingoti, S. A. (2013), “Análise de dados através de métodos de estatística multivariada - Uma abordagem aplicada”, Editora UFMG, Belo Horizonte.
Monteiro Neto, A., Silva, R. de O., Severian, D. (2019), “O novo mapa da indústria no brasil: as aglomerações industriais relevantes no período 1995-2015”, Boletim Regional, Urbano e Ambiental do IPEA, Brasília.
Noyelle, T. J., Stanback, T. M. (1983), “The economic transformation of American cities”, Totowa NJ, Rowman and Allanheld.
Oreiro, J. L, Feijó, C. (2010), “Desindustrialização: conceituação, causas, efeitos e o caso brasileiro”.
Revista de Economia Política, Vol. 30, nº 2, pp. 219-23.
Pasinetti, L. L. (1983), “Nicholas Kaldor: a few personal notes”, Journal of Post Keynesian Economics, Vol. 5, nº 3, pp. 331-340.
Pereira, F. M., Lemos, M. B. (2003), “Cidades médias brasileiras: características e dinâmicas urbanoindustriais”, Pesquisa e Planejamento Econômico, Vol. 33, nº 1, pp. 127-165.
Perobelli, F. S, Bastos, S. Q. A, Oliveira, J. C. (2017), “Avaliação sistêmica do setor industrial brasileiro: 1995-2009”, Estudos Econômicos, Vol. 47, nº 1, pp. 125-152.
Ramos, L., Vieira, M. L. (2001), “Determinantes da desigualdade de rendimentos no Brasil nos anos noventa: discriminação, segmentação e heterogeneidade dos trabalhadores”, Texto para Discussão, nº 803, Rio de Janeiro, IPEA.
Ribeiro, L. C. S., Domingues, E. P., Perobelli, F. S., Hewings, G. J. D. (2018), “Structuring investment and regional inequalities in the Brazilian Northeast”. Regional Studies, Vol. 52, nº 5, pp. 727-739. Rodrik, D. (2013b), “Unconditional convergence in manufacturing”, The Quarterly Journal of Economics, Vol. 128, nº 1, pp. 165-204.
Romer, P. (1986), “Increasing returns and long-run growth”, Journal of Political Economy, Vol. 94, nº 5, pp. 1002-1037.
Saboia, J., Kubrusly, L. (2008), “Diferenciais regionais e setoriais na indústria brasileira”, Economia Aplicada, Vol. 12, nº 1, pp. 125-149.
Saboia, J. A., Kubrusly, L. S., Barros, A. C. (2014), “Caracterização e modificações no padrão regional de aglomeração industrial no Brasil no período 2003-2011”, Pesquisa e Planejamento Econômico, Vol. 44, nº 3, pp. 635-661.
Sampaio, D. P. (2017), “Desindustrialização e desenvolvimento regional no Brasil (1985-2015)” in Neto, A. M., Castro, C. N., Brandão, C. A. (coord.), Desenvolvimento Regional no Brasil - Políticas, estratégias e perspectivas, Brasília, IPEA.
Silva, M. V. B., Silveira Neto, R. M. (2009), “Dinâmica da concentração da atividade industrial no Brasil entre 1994 e 2004: uma análise a partir de economias de aglomeração e da nova geografia econômica”, Economia Aplicada, Vol. 13, nº 2, pp. 299-331.
Simões, R., Freitas, E. E. (2014), “Urban attributes and regional differences in productivity: evidence from the external economics of Brazilian Micro-regions from 2000 – 2010”, Journal of Economic and Financial Studies, Vol. 2, nº 1, pp. 27-39.
Suzigan, W. (2000), “Indústria brasileira: Origem e desenvolvimento”, Nova ed., São Paulo, Editora da UNICAMP/Hucitec.
Taylor, L. (1979), “Macro models for developing countries”, New York, McGraw-Hill.
Teixeira, W. M., Menezes-Filho, N. A. (2012), “Estimando o retorno à educação do Brasil considerando a legislação educacional brasileira como um instrumento”, Revista de Economia Política, Vol. 32, nº 3, pp. 479-496.
Thirwall, A. (2002), “The nature of economic growth”, Edward Elgar, Aldershot.
Ying, Z. (2011), “Service industry, urbanization and economic growth: based on the empirical analysis of China during 1979-2008” in: Anais Power and Enery Engineering Conference (APPEEC), Asia-Pacific.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2021 RPER

Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.