Ensino Superior e Crise Económica – Contributos para o Estudo do Caso Português
DOI:
https://doi.org/10.59072/rper.vi33.404Resumo
O sistema de ensino superior português conheceu alterações profundas nas últimas décadas, dando origem a significativas mudanças socioeconómicas. Em geral, os países/territórios mais desenvolvidos são aqueles onde os níveis de escolaridade são também mais elevados. E, em períodos de crise económica, quando o acesso ao mercado de trabalho se torna mais difícil, a prossecução de estudos superiores deveria ser a escolha de um maior número de jovens. Contudo, muitas famílias podem ter maior dificuldade em manter os filhos no sistema educativo, devido ao facto de poderem ser vítimas também do desemprego, na sequência da estagnação/recessão económica. Neste estudo, propomo-nos verificar a existência de indícios dos efeitos da crise económica na procura e na frequência de ensino superior, aplicando metodologia econométrica. A análise de sincronização, entre a evolução do ciclo económico e as candidaturas ao ensino superior, a nível nacional, confirma a sua correlação positiva, em particular no ensino politécnico. Em termos regionais, considerando o exemplo da região dos Açores, também essa correlação positiva se confirma.